
A vida é muito difícil para os ancapinhos. O Estado malvadão lhes tira uma fortuna em impostos (ou tiraria, se tivessem emprego). E como se isso não bastasse, ainda os obriga a fazer um monte de coisas : Obriga a usar máscara, obriga a tomar vacina, obriga a limpar a bunda, obriga a lavar o pinto (Sim, a grande maioria dos ancapinhos é homem).
E além disso, o ancapinho, após uma certa fase da vida (ou consumindo uma determinada quantidade de “erva de artista”) se transforma em um sovereign citizen : Um sujeito que fica fingindo que o Estado não existe e que não tem que obedecer as leis, igualzinho um bando de toscos de esquerda ficaram fingindo que o presidente do Brasil era o José de Abreu.
A galera ancap poderia simplesmente resolver seus problemas, indo morar no meio da selva amazônica, onde na prática o Estado malvadão não alcançaria nenhum deles. Curiosamente essa solução nunca é tentada.
Mas os ancapinhos têm seus próprios planos para escapar do poder estatal e fundar o ancapistão, onde funcionaria a sociedade livre que tanto querem. Um deles é o bitcoin, a moeda virtual que surgiu como uma gozação, e cujo valor em dólar vem subindo cada vez mais…ou será que vai ser o Etherium? Ou o Dogecoin? Ou o Monero? Sim. Tem criptomoeda para cada tribo de ancapinhos, igualzinho no feudalismo.
Enquanto isso, o André definiu muito bem o que são as criptomoedas :
Você tem um monte de nada, mas jura que vale aquilo. Outros como você acreditam piamente. Alguns mineram essas criptomoedas. É como pegar uma folha de papel, desenhar uma nota de dinheiro e tirar muitas xerox, depois vende estas xeroxes para alguém que acha que aquilo vale alguma coisa, mas você não compra um pão na padaria com elas.
Um grande problema da galera libertária é, justamente, como armazenar essas criptomoedas. Alguns acham que a melhor saída é transferir para mídia física e estocar tudo em casa, voltando ao costume neandertal de estocar dinheiro físico em casa. Outros usam corretoras criadas por outros ancapinhos com a exclusiva finalidade de estocar e transacionar criptomoedas. O que poderia dar errado?
No caso, deu muito errado para um auditor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (Sim, no Brasil ancaps fazem concurso público.) e que enviou 38,3 mil reais para a Binance comprar Bitcoin, Chainlink, Polkadot e Cardano.
Após esse investimento diversificado, o sujeito fez o download da carteira para a Trust Wallet, que pertence à Binance, e depois transferiu para o dispositivo físico. No dia seguinte, o seu monte de nada transformou-se em um vistoso e retumbante nada, já que as criptomoedas do moço evaporaram do dispositivo.
Após isso, ele procurou a delegacia de polícia virtual, registrou um boletim de ocorrência, além de procurar o suporte da Binance, que já mandou um migué, dizendo que não tem nada a ver com isso, que a culpa foi dele, mais sorte na próxima vez.
Claro que, não concordando com o diagnóstico da corretora, o sujeito resolveu procurar o Estado malvadão e ineficiente. E já entrou com o Sr. Processão em cima da Binance para reaver o dinheiro. Poxa companheiro! Assim você fere a PNA.
Ah, sim, só dizendo : Se um dia eu tiver o cartão clonado, o celular roubado, ou mesmo sofrer um sequestro relâmpago (essa última mediante seguro), e a minha conta for depenada, o banco ressarce os valores subtraídos. Mas isso é pra quem vive na civilização e não no mundinho de Marlboro da religião ancap.
Fonte : Livecoins.