
A história do desenvolvimento sexual da humanidade sempre foi alternada por períodos de liberação, e de moralismo exacerbado. Nos anos 60 e 70, tivemos a “liberação sexual”, até que nos anos 80, a AIDS acabou com a brincadeira. Nos anos 90, uma nova era de liberação, com o erotismo estampado nas músicas, danças, e até na TV aberta ao meio dia (Sdds, Banheira do Gugu), e, nos anos 2010, uma nova onda moralista, vinda da direita religiosa mas, surpreendentemente, também da esquerda e das feministas.
Nessa brincadeira, a pornografia vem sendo taxada como a origem de todos os males. Brumadinho? A represa tava cheia de pornografia. Chernobyl? Explodiu um reator de pornografia. As baleias mortas? Era pra produzir lubrificante pra indústria da pornografia. Feministas argumentam que a pornografia escraviza mulheres e transforma homens em porcos estrupadores, enquanto que os machinhos de direita criaram toda uma nova religião centrada no conceito do nofap, em que deixar o 5 contra 1 tornaria o homem mais centrado, mais bem-sucedido, e mais capaz fisicamente. Tudo isso baseado em literatura científica tirada daquela cavidade onde o sol não brilha.
Por tudo isso, é maravilhoso trazer uma história onde, contrariando a narrativa, a pornografia libertou e mudou para melhor a vida de alguém.
Nossa história começa com uma menina chamada Yasmeena Ali, vivendo com sua família num país longínquo chamado Afeganistão.
Em 1990, a menina e sua família fizeram uma das melhores coisas que se pode fazer quando se vive no Afeganistão : Deram o fora daquela bosta, e foram viver num país de verdade (no caso, a Inglaterra), ainda mais que um grupinho chamado Talibã, ia aprontar altas confusões e piorar em muito a vida das mulheres de lá (que já não era lá grande coisa).
Assim, E as Mina pá Yasmeena conseguiu viver uma vida de uma garota normal, estudou, teve amigos, o pacote completo. Mas, como, às vezes você tira a pessoa do Afeganistão, mas não tira o Afeganistão da pessoa, aos 19 anos, a garota recebeu a triste notícia de que fora arrolada em um casamento arranjado, sem ser consultada, e sem direito a recusa, sob pena de ofender o Islã, a cultura afegã e a honra da família.
Yasmeena foi falar com as feministas, mas elas disseram que “É a cultura deles, a gente tem que respeitar!”, foi falar com a esquerda, mas estavam ocupados discutindo se “estudantes” era gênero neutro ou se o certo era “estudantxs”, foi falar com o governo inglês, mas eles estavam ocupados com a 134a implementação do filtro antipornografia, foi falar com o Eduardo Bolsonaro e ele disse “UMA MULHEER!! QUE NOJAAAAAAAAAA!!! SOCORROOOOO PAAAAPIIIIII!!!!”
Sem ter a quem recorrer, Yasmeena lembrou-se de que era uma mulher maior de idade, livre, e desimpedida. Assim perambulando pelas ruas de Londres até dar (epa!) na porta da indústria de filmes adultos.

Vendo essa foto, posso dizer sem sombra de dúvidas, que se trata de uma atriz boa…digo, uma boa atriz. Porém, isso não é unanimidade. Sua família, por exemplo, não aprovou sua escolha profissional, e queria que ela deixasse de atuar na indústria de filmes adultos sob pena de ofender o Islã, a cultura… bom, você já entendeu!
Como o argumento não foi muito persuasivo, papai Ali achou por bem contratar um assassino profissional para acabar com a vida da filha, afinal, pra religião da pazTM, é melhor estar morta do que aparecer nua num vídeo. Infelizmente o plano deu errado, e papai Ali acabou indo parar atrás das grades. Segundo nossas últimas informações, da cadeia ele irá estrelar seu próprio filme pornô, sem câmeras, sem cachê, e contracenando com seus dois colegas de cela, os famosos John Pé de Mesa, e James Pau de Sélfie. Mas ele ficará em posição de reza, virado pra Meca, o que é importante.
Mas qual o sentimento da menina em participar de uma profissão em que você compartilha tanto de si com o seu colega de cena? O que ela acha de tal atividade, em que você expõe seu corpo a tantos olhares desejosos, alimentando o mercado da imoralidade?
Bem, Yasmeena foi taxativa :
Yasmeena disse que quis experimentar a pornografia para ver se ela ia gostar ou não de trabalhar com aquilo. “Fiquei intrigada com pornografia e pensei em tentar. Não podia opinar sobre aquilo quando não sabia o que era. É como dizer que você não gosta de comida chinesa sem experimentar primeiro.”
Eu não poderia concordar mais. Inclusive acho que muitas das feministas histéricas e machinhos frustrados que tanto falam mal da pornografia poderiam experimentar atuar na indústria. De repente conseguem achar a estrovenga túrgida da qual são tão desejosos, mas não estão sabendo pedir.
Fonte : IstoÉ
One thought on “A feliz e inspiradora história da afegã que usou a pornografia para se libertar.”