Não é mais segredo pra ninguém. Aquela galera conservadora (segue-se sem se saber o que tanto “conservam”), e que ia “acabar com o mimimi e a ditadura dos ofendidos” está cada vez mais mimizenta e se ofendendo por qualquer coisinha.
Papai Noel gay? Se ofendem. Superman bissexual? Se ofendem. Passarinho sendo vacinado? Se ofendem. Bruna Marquezine fazendo o papel do Besouro Azul? Se ofendem. Anitta rebolando o rabão? Se ofendem.
Até as coisas que eles adoravam, porque ofendiam esquerdistas, agora os deixam ofendidos também! Assim fica difícil amiguinhos.
No caso descrito, o autor da ofensa é o filme do Danilo Gentili “Como se tornar o pior aluno da escola”, no qual “Os estudantes Bernardo e Pedro têm dificuldades para cumprir todas as regras de uma escola que adota medidas politicamente corretas graças ao diretor Ademar. No banheiro do colégio, Pedro encontra um diário com dicas para instaurar o caos na escola sem ser notado.“
Eu considero que zoar o politicamente correto é bater em cachorro morto. Qualquer hipérbole humorística com essa gente é impossível, pois uma semana depois vai ter militante no Twitter discursando a sério, o que na paródia é tratado como zoeira.
Entre outras cenas, a que ofendeu todo mundo foi essa aqui :
Pra quem não puder ver o vídeo, Fabio Porchat, no papel de tio/professor dos garotos (Não ganho o bastante pra ser obrigado a assistir esse filme inteiro) interrompe a briga dos dois e os manda “bater uma pra ele”.
Na época do lançamento do filme ninguém ligou muito (Ninguém também riu, afinal se trata do Fábio Porchat). Pra não dizer que não houve reação nenhuma, um crítico da Folha apontou que isso era um absurdo, que “não se faz piada com pedofilia”, bla, bla, bla, #piadasmatam, bla bla bla…
Só que, como na época, Danilo Gentili tava sendo perseguido pelo PT por causa da notificação extra-judicial que passou no saco, a galera bolsonarista tomou as dores e saiu perseguindo o crítico, até que a Folha terminou por demiti-lo, mostrando como os veículos jornalísticos enfrentam corajosamente a turba do Bolsonaro.
Corta pra 2022, o filme estreia na Netflix, mas os tempos são outros, o público evoluiu (Danilo Gentili criticou o parasita favorito deles). E agora estão in-di-gui-na-dos, acusando Gentili e Porchat de pedofilia, esquecendo que se trata de uma porcaria de um filme!!!
Piora? Piora!
Mostrando que o governo está sempre disposto a ouvir o cidadão (que tem louça pra lavar de menos, e tempo demais pra ficar choramingando na internet), o ministro da justiça Anderson Torres já disse que vai “tomar providências contra o filme”.
Uma pessoa muito cínica poderia até pensar que se trata de um esforço do governo para distrair a população dos fracassos em conter a inflação, a recessão, e o coronavírus. Mas eu jamais iria pensar dessa forma. Claro que o ministro só visa o bem estar das pessoas que se sentiram ofendidas com essa obra asquerosa de tanto mau gosto.
Quanto à posição oficial do Penteadeira de Puta, afirmo que pedofilia é um assunto sério demais para ser alvo de piadas. Se ainda tivesse sido discutido em um filme sério, com a participação da Xuxa e da Vera Fischer, eu até poderia considerar como uma crítica social necessária. Fabio Porchat não tem esse impacto, ninguém merece o pensamento de bater qualquer coisa que seja pro Fábio Porchat.
Dessa forma, deixo aqui a minha contribuição em forma de arte, para que a pedofilia seja discutida com toda a seriedade que o assunto merece :

Fonte : R7